Para entender o crime dos dedinhos meliantes da imagem, pense na seguinte situação… Você está lendo um livro do autor “Silva” e marcando ideias e citações pertinentes para o seu TCC. De repente, você vê que o Silva (2018) citou e referenciou algo genial de um autor que vamos chamar de Almeida (2000).
Você não leu o Almeida. Você leu o Silva. Masss, o Almeida (2000) é fera e você não tem tempo de ir na biblioteca pegar e ler o livro dele todinho. Então, você pensa: “vou pegar isso que o Silva (2018) disse que o Almeida (2000) disse e vou colocar no TCC, referenciar o Almeida e estará tudo resolvido.” Né? Só que não. #sqn Isso é roubar citação… É verdade que a norma diz que os autores citados no texto têm que estar referenciados na lista de referências e, nesse ponto de vista, vai fechar bonitinho.
A grande questão é a desonestidade disso, pois quando você coloca uma obra nas referências, você está dizendo que leu o material. Você pode até conseguir enganar o orientador e a banca, mas Deus e Einstein estão vendo…
Você poderia usar apud? Sim, poderia, porque é um recurso lícito e até honesto. Apud é uma expressão que significa “citado por”. Usa-se para uma citação dentro de outra obra. Exemplo: Silva (2018) disse tal coisa (apud Beltrano, 2017, p. 20).
Ou seja, Silva disse que Almeida disse. Nas referências é citado apenas o autor da obra de fato lida. Mas há um porém… cada vez mais orientadores têm desaconselhado o uso do apud. Por razões óbvias: não dá para construir um conhecimento teórico sólido sem de fato ler as obras mais importantes acerca do tema. O apud é um recurso a ser usado em último caso, quando não se tem acesso à obra (por ser antiga ou rara, por exemplo). Numa pesquisa, é imprescindível ir beber na fonte original e, salvo exceções, distribuir apud no trabalho é tipo fazer fofoca: “disse que disse”.